A jurista Janaina Conceição Paschoalcausou grande polêmica nesta quinta-feira(23) durante os trabalhos daComissão Especial do Impeachment, instalada pelo Senado Federal. A advogada representa a acusação em prol do processo de impeachment da presidente afastadaDilma Rousseff.
Após deflagração da Operação Custo Brasil, da Polícia Federal, que investiga esquema criminoso de desvios de recursos públicos, a partir de operações ligadas a empréstimos consignados, com base no Ministério do Planejamento, pôde-se chegar à prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, esposo da senadora petista do Paraná, Gleisi Hoffmann. Bernardo é supostamente, de acordo com as investigações da PF, o chefe de todo o esquema de desvios de propinas no Ministério do Planejamento. Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele também foi ministro das Comunicações na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff.
Ânimos acirrados na Comissão do Impeachment
Nesta quinta-feira (23), durante o depoimento de testemunhas na Comissão Especial do Impeachment, que julga no Senado Federal, a possibilidade de afastamento definitivo da presidente afastada Dilma Rousseff, pelo cometimento de crime de responsabilidade, os ânimos subiram às alturas, assim que a jurista Janaina Paschoal tomou a palavra durante interrogatório da testemunha de defesa, Esther Dweck. A advogada mencionou sobre a prisão do marido de Gleisi, Paulo Bernardo, causando polêmica e irritação no colegiado que faz parte da bancada que apoia a presidente afastada. Janaina se direcionou à testemunha enfaticamente: "hoje ocorreram diversas prisões envolvendo a empresa de Informática que prestava serviços ao Ministério do Planejamento à época, em 2009, e consequentemente, acarretando a prisão na data de hoje do ex-ministro do Planejamento. O sistema que trata os decretos são realizados pela empresa Consist?". Ela continuou sua indagação: "Já que a mesma empresa, sem qualquer juízo de valor, está envolvida nos escândalos de hoje", concluiu a advogada da acusação. A testemunha Esther Dweck é ex-secretária de Orçamento Federal. A depoente afirmou então, que aConsist não é responsável pelo sistema da Secretaria de Orçamento Federal.
A menção de Janaina sobre as prisões realizadas na data desta quinta-feira(23), pela Polícia Federal ocasionou protestos da senadora comunista Vanessa Grazziottin, do PCdoB, do Amazonas: "acho que esta senhora está aqui para defender a sua denúncia e não para fazer discurso político", se exaltou, direcionando-se à jurista. Janaina rebateu prontamente: "quando ocorre pedido de prisão de determinado partido é algo jurídico, porém quando se trata de um cabeção do PT, é político?"indagou, de modo contundente. A menção de Janaina ao tema das prisões, quebrou um "acordo tácito" pela Comissão Especial do Impeachment, de ignorar esse assunto na presente data.