A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff passou por maus momentos nesta quinta-feira, 02, durante a Comissão do impeachment que acontece no Senado. A sessão debatia os cronogramas da votação do impedimento, quando a bancada formada pela base aliada da representante do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu se retirar da reunião. O advogado da petista, José Eduardo Cardozo, alegando que não tinha condições de continuar em uma comissão cheia de "chicanas" foi atrás do grupo, deixando a comissão sem nenhum representante de defesa. A "desistência" aconteceu depois que vários pedidos dos petistas foram negados.
A sessão da Comissão do Senado começou no fim da manhã e durou o dia inteiro, pois foi interrompida diversas vezes por questões de ordem. A ideia do advogado de Dilma era anexar ao processo áudios envolvendo o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. No entanto, ele não conseguiu o feito. É bom lembrar que os apoiadores do impeachment também não conseguiram em um passado recente inserir delações da Lava Jato do processo de impedimento. 
Nomes como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) abandonaram a sessão. Alguns Congressistas não esconderam a felicidade ao ter um ambiente mais calmo para as discussões. Isso porque durante todo o dia foram muitas interrupções, como já vem acontecendo desde o início da discussão do projeto. Ainda no início da Comissão desta quinta, o bate boca foi por conta das datas para as etapas da votação. Lindbergh Farias chegou a ameaçar de novo que poderia judicializar o processo.
O clima hostil era tão grande que o Supremo Tribunal Federal viveu a expectativa para que uma nova ação contra a comissão fosse enviada pela defesa de Dilma. No entanto, não há notícias de que isso tenha acontecido até a publicação desta reportagem. Para evitar que Rousseff ficasse sem defesa durante um período da Comissão, o presidente da Comissão, Raimundo Lira, convocou uma advogada legislativa do Senado para fazer o papel de defesa.