segunda-feira, 13 de agosto de 2012

LULA O VERDADEIRO MANDANTE DO MENSALÃO.

No dia do delator no STF, Lula é chamado de mandante do mensalão

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DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
O oitavo dia de julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) teve uma das defesas mais esperadas até agora: a do delator do esquema, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).
O caso veio à tona após entrevista do petebista à Folha em junho de 2005. Na ocasião, ele afirmou que o governo pagava valores mensais a parlamentares em troca de voto.
Segundo o advogado Luiz Corrêa Barbosa, a ordem para comprar o apoio da base aliada no Congresso partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio Jefferson, no entanto, já afirmou em ocasiões anteriores que Lula era "inocente".

O julgamento do mensalão - 3ª semana

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André Borges - 13.ago.12/Folhapress
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O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o ex-deputado Roberto Jefferson, durante o julgamento do mensalão
"O presidente não é só safo, ele é doutor honoris causa em universidades internacionais. Mas é um pateta? Tudo isso aconteceu sobre suas barbas e nada. Não só sabia como ordenou tudo isso", afirmou o advogado.
A defesa de Jefferson pediu que o Supremo investigações contra o ex-presidente. A justificativa é que os empréstimos do BMG e do Banco Rural ao PT, que teriam irrigado o mensalão, estão ligadas a um decreto de Lula que permitiu os bancos privados a concederem crédito consignado.
"É evidente a coligação, o entrelaçamento entre esses atos", disse o advogado.
Veja trecho da defesa feita pelo advogado de Jefferson no STF:
"JÔ SOARES"
A exemplo de outros dias dedicados à defesa dos réus, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi alvo de críticas por parte da defesa dos acusados.
Barbosa, o advogado de Jefferson, acusou-o de ser "zagueiro" de Lula ao não incluir o ex-presidente no processo. "Acho que o procurador não colocou isso na denúncia porque é um processo de brincadeirinha, para não pegar quem tem que pegar."
Mesmo quando elogiado na sessão de hoje, foi de forma irônica, citando sua semelhança física com a apresentador da TV Globo Jô Soares.
"Vossa Excelência, inclusive, tem aparência agradável, gentil. Lembra até o apresentador Jô Soares", disse o advogado Itapuã Prestes Messias, defensor de Emerson Palmieri, que foi secretário-executivo do PTB. (veja no vídeo abaixo)
Nem mesmo na vez do advogado Inocêncio Mártires Coelho, que já exerceu o cargo de procurador-geral da República, Gurgel foi poupado. Segundo o defensor do ex-deputado federal e atual prefeito de Jandaia do Sul (PR), José Borba, "os textos do Ministério Público estão cheios de furos e esparadrapos".
DOAÇÃO ELEITORAL
Outra justificativa que voltou a ser defendida na sessão de hoje é que o dinheiro apontado como compra de votos era, na verdade, fruto de acordos eleitorais.
A tese foi sustentada pela defesa do ex-deputado Carlos Rodrigues, que citou a aliança entre o extinto PL e o PT nas eleições de 2002.
Segundo ele, seu cliente contratou serviços para divulgar no Rio de Janeiro a campanha de Lula no segundo turno e fez pagamentos em espécie porque os contratados tinham origem humilde.
"São pessoas de comunidades, não tem como pagar com cheque, são extremamente humildes, pagou em espécie", disse. "Ele jamais negou o recebimento dos R$150 mil. Esse montante veio do PT com destinação absolutamente diferente do imaginado pela acusação. Foram para pagar dívidas de campanha das eleições de 2002."
O deputado é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, ele recebeu R$150 mil do valerioduto para votar a favor do governo. Rodrigues teria solicitado que um motorista de outro deputado fosse sacar os recursos.
Doações eleitorais também foi o que disse a defesa do ex-deputado Romeu Queiroz para justificar o dinheiro recebido.
O advogado Ronaldo Garcia Dias afirmou que seu cliente recebeu recursos em nome do PTB e que não havia indícios de que a origem era irregular.
"Ninguém disse para Queiroz que o dinheiro estava vindo dos subterrâneos, da ilicitude. No mínimo, [o dinheiro] tinha aparência de origem sadia. Nessa época, o PT não era conhecido como o PT de hoje. Não pairava duvidas", disse.
CRONOGRAMA
Em uma tentativa de compensar o atraso no cronograma do julgamento, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Carlos Ayres Britto, sugeriu aos colegas ouvir um advogado a mais nesta segunda-feira. Por dia, cinco têm feito suas apresentações no tribunal.
A medida, porém, não foi aceita por Marco Aurélio Mello, que alegou possível desrespeito ao planejamento traçado pelo Supremo antes de o julgamento começar.
Celso de Mello alegou que os ministros têm feito jornada dupla durante o julgamento do mensalão, que tem durado cerca de cinco horas diárias. Segundo o decano do tribunal, outros processos se acumulam por causa da dedicação necessária ao caso.
Consultados, a maioria dos ministros também preferiu encerrar a sessão de hoje e continuar amanhã.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA NA FOLHA DE SÃO PAULO.

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